Já não quero aquelas horas incontáveis
De bares e luzes de boates
Dançando ao redor da solidão
Mas também não quero a mentira
Que é viver como uma propriedade
Em romances de ilusão
Sequer quero outra tequila daquela
Que me fez tirar a roupa
Que me fez crer que a vida é bela
E nem quero outra paixão daquela
Que costurou a minha boca
E acorrentou-me em sua cela
Alguém encontre um meio termo
Entre a esbórnia e o romance
Não quero o delírio eterno
Não quero que a solidão dance
A fingir que sempre é terno
O eterno amor que impede que avance
Alguém encontre um meio termo
Entre a esbórnia e o romance
Tenho sentimentos ermos
Tenho todas as nuances
Do paraíso até o inferno
Não quero que a vida descanse
De nada vale o amor
Que não ri dos seus tropeços
De nada vale o tropeço
Que não esbarra no amor
Sou razão e sou furor
Sou uma sucessão de recomeços
E não hei de pagar o preço
De limitar-me a não ser quem sou