Quando o chão é o limite
Que vida é essa que levo
Arranchado num galpâo
Sem pai, sem filho ou irmão
Que me console ao chorar
Cresci ouvindo cantar
Nas rodas das pulperias
O meu garbo e valentia
Sempre fiel ao patrão
Fui ginete preferido
Em toda a redondesa
Até pensei em nobreza
Por sempre montar melhor
Não sabia que o pior
Viria de um redomão
E que toda a valentia
Tem o limite no chão.
Bandeiras vou levantar
Ao lado do cantador
Por certo meu fiador
Nessa causa por justiça
Que fará do festival
Parlatótio de conquista
Eu quero que toda a rima
Cantada no palco em verso
Denuncie o retrocesso
Desta lida galponeira
Levantando uma trincheira
Contra os senhores feudais
PORQUE EU NÃO QUERO O RIO GRANDE
COM AS ROUPAS VELHAS DO PAI.
Adão P da Silva