Dentro de mim eu trago o rio de minha infância
Os amigos, o pesqueiro, o lugar
Em meu peito há uma enchente de lembranças
E cachoeiras que ainda teiman em cantar
Meu Rio da Várzea das barrancas do Uruguai
Onde eu pescava quando era guri
Fui aprendendo esse ofício de meu pai
E todo o amor que hoje sinto por ti
Ai, meu rio quanta saudade
Daquele chão em que me criei
Onde vivi minha mocidade
Tempos felizes que ali passei
Ainda escuto o murmúrio das enchentes
Também sinto o perfume da mata em flor
Remo e caíque imagem viva e presente
Que com o tempo me acompanha por onde eu for
Um espinhel em cada lado da canoa
De bom empate iscados com lambari
Eu que remava sentadito lá na proa
E procurava os galhos de um sarandi.