A nossa paz tão sonhada
Tanto almejada
Não restabelecerá jamais
Enquanto os frutos colhidos
Não forem divididos em partes iguais
Todo dia é a mesma agonia
Todo dia é a mesma aflição
Distúrbios eminentes
Explodem do sóton até o porão
Nas favelas há um grito rouco
Mas em brasília não dá pra se ouvir
Já que lá os interesses são outros
E o que menos vale é o nosso existir, o nosso existir
Todo dia eu me vejo refém da violência do medo e da dor
Vejo o sangue jorrando em vielas
E lágrimas lavando o chão
No nordeste é a fome matando
Consequência da grande ambição
Sobre as mesas só planos e planos
Para o pobre jamais solução, não há solução
Há uma verdade
Além das meias-verdades que alguém nos contou
A escola omitiu mas o tempo que é sábio então me ensinou
Que a ganância a maldade desses homens
A cada dia pouco a pouco nos consome
Será inúltil qualquer esforço pra mudar
Se o pão repartido não for o instrumento a nos libertar
Óh! jah, óh! jah, óh! jah. óh! jah jah!