Enquanto à distância a elite se farta
Nossos filhos famintos mendingam o pão
Garimpando as migalhas as sobras perdidas
O pouco do muito que eles lancaram ao chão
Entre o becos escuros nos morros nos guetos
Somos nós os esquecidos largados em vão
Pobres miseráveis pra sempre banidos
Subjulgados violentados sem teto sem chão
E assim vamos nós relutantes senhores
Sempre combatidos
Enfrentando a polícia
Tentando provar que somos de bem
O sistema nefasto que oprime e exclui
Nunca é combatido
Pois o que sobra na mesa de poucos
Na mesa de muitos não tem
E todo dia eu peço ao Senhor
Não deixe jamais a fúria cair sobre mim
Apesar da revolta e da grande aflição
Eu não vou transgredir nem perder a razão
Somos os filhos rejeitados
Filhos da pátria mãe gentil
Somos aqueles bastardos
Os desprezados do Brasil