Cabelo branco é saudade
Da mocidade perdida
Ás vezes não é da idade
São os desgostos da vida
Amar demais, é doidice
Amar de menos, maldade
Rosto enrugado, é velhice Cabelo branco é saudade
Saudades são pombas mansas
A que nós damos guarida
Paraíso de lembranças
Da mocidade perdida
Se a neve cai ao de leve
Sem mesmo haver tempestade
O cabelo côr da neve
Ás vezes não é da idade
Pior que o tempo, em nos pôr
A cabeça encanecida
São as loucuras d'amor
São os desgostos da vida
Para o passado não olhes. Quando chegares a velhinho
Porque é tarde já não podes
Voltar atrás ao caminho
A minha pobre garganta
Já não tem a voz de outrora
Mas quando canta ainda canta
Ao pé das vozes de agora