Fui à procura do fado
P’ra saber onde vivia
Corri toda a Lisboa
Procurei em todo o lado
Fui à velha Mouraria
Bairro Alto e Madragoa
Por toda a parte escutei
Viras, sambas e canções
Num gosto mal prevertido
Confesso então que chorei
Que julguei por tais razões
Que o fado tinha morrido
Foi então que fui a Alfama
A esta velhinha eterna
E quem cá encontrei, por fim
O fado que a inflama
Dentro da tosca taberna
Uma voz cantava assim
Minha guitarra velhinha
O teu constante gemer
A minha tortura acalma
És parte da vida minha
Tornas mais leve o sofrer
Suavizas minha alma
E quando um dia partir
De vez, para a eternidade
Recorda meus tristes ais
Como não te posso ouvir
P’ra não sentir a saudade
Guitarra não toques mais