Efeito Borboleta
(Átomo)
Mísera partícula, gotícula no oceano.
Pra confusão dos sábios fiz a matrícula, na escola dos insanos.
Onde o fraco aprende como surpreende o forte.
Certeira é a pedra que taco,
Como Davi a Golias ataco, sem temer seu porte.
Tartaruga versos lebre cruzo a linha de chegada,
O pódio galgo.
Assim reduzo a nada aqueles que são algo,
Cavalgo tal zebra nas mesas de aposta.
Bem provável que dez por um não receba,
Já que não me fez nenhuma proposta.
Atenção, Por favor! Ouvidos de mercador pra não pagar couver.
A maioria nem se licha, não aposta uma ficha sequer.
Ah, É só o filho de Evanil, mal concluiu o ensino médio!
Quem me vê quem me viu moleque vil,
Morador do andar mais baixo daquele prédio.
Cento e vinte três, Bartolomeu Bueno.
Dou-lhe uns dezessete, dezesseis, Quem dá menos?
A bola, outro sem chance?
Mas bem cotado que dólar, no Calvário Jesus deu o maior lance.
De um cômodo da minha casa com papel e caneta.
Bato asas, provoco o efeito borboleta.
Destelho casas, árvores ao chão.
A brisa se maximiza, resulta num furacão.
Tempestade em copo d'água? Navegue.
Porem tome em conta que sou apenas a ponta do ice Berg.
Pedra de tropeço pelo caminho que o fariseu se dirige.
Pense duas vezes antes de abrir os beiços:
"O que vem de baixo não me atinge"
O que pra sempre impera numa manjedoura veio a nascer.
Chamando à existência ele opera,
E de onde menos se espera, o que não era passa a ser.
De analfabeto ontem chamaram Luiz Inácio.
Hoje ele assina decretos ocupa o trono do palácio...
Dessa posição estatura de gnomo.
Você não tem noção da proporção que tomo.
Quando desço o cume.
"Hocus Pocus!" e o floco aumenta de volume.
Daí, bola de neve.
Quando Richter registrar seis graus na escala,
Não ouvirei mais: O que ele fala não se escreve.
Multiplicando talentos.
Jesus, eu, Aurélio, novo e velho testamento.
Tiro leite da pedra e o que mais dela deriva.
Faço frases de efeito, confeito de palavra viva...
Eficaz, fala por si só.
Quanto a mim, pedra que cai,
Contudo, a que ocasiona o efeito dominó.
O Verbo vivo conjugo em todos os tempos e pessoas.
Pelas ruas e praças promulgo os textos que abençoa.
Cujo, evita o mergulho de cabeça em piscina raza.
Mas não dão crédito como se eu tivesse o nome sujo,
No SPC, CERASA.
Pro Bem-me-quer faltou pétala.
Sou miserável, pobre e nu, todavia, tenho um baú de pérolas.
Mas há quem anda e defeca...
A pena não valho, carta fora do baralho,
Como dez, nove e oito, na sueca.
Você é o último que fala!
Até que meus versos tornem-se estêncil,
Aguardo quase em silêncio, na ante-sala.