Construção, Construção.
Não deixar pedra sobre pedra é praxe? Pergunto.
Não quero por uma sobre o assunto,
Mas podemos levantar paredes já que estamos com quatro nas mãos.
Queria ser uma pedra no sapato, estorvo.
Naquele estágio, ave de mau presságio, o corvo,
Redator do "O Povo", Alfabeto de sangue, cada letra um pingo.
Quis o verso mais ácido, firme como um tom de Plácido... Domingos,
Jingle criminal.
A palavra dura, abalar as estruturas como um tremor de nove graus,
Caos? Matéria-prima.
Otimismo desabrigado olhei pro meu legado. Só havia ruínas.
Em meio aos escombros, ergui quatro paredes, bati a laje.
Pro clichê dei de ombros, mudei o tema da mensagem,
Viagem fatídica, crítica que destrói.
Nem todos são corruptos na política, assim como nem todos são honestos entre nós,
Oscilando entre contras e prós, me contradisse, eu sei.
Aqui não é o país maravilhoso de Alice,
Mas desfilamos nas ruas de barro nossos tênis Made In USA.
Não é se contentar com migalhas, mas agente só malha, nunca alivia.
Mau agouro em coro, ritmo e poesia.
Não sou advogado do diabo, ele é feio como se pinta.
Mas nem todo hospital é macabro, na polícia ainda há gente distinta.
Mas não! Tudo bom e nada presta, motivo pra festa não há.
O mesmo que assim contesta, fim de semana desembesta, de bar em bar.
Mas se a esperança é a última que morre, quando passar o porre, talvez a distinga.
Quando tiver a palavra, quem sabe ela não escorre por tua língua.
A mão que bate também afaga, a boca crítica rasga elogios, da sugestões.
No canteiro de obras há vagas, sim, aponte os erros, mas também traga, soluções.