Vergonha na cara limpa-se com caras de Samora
Sangue nas mãos, com as mãos de quem nos explora
E nos oferece armas para nos matarmos de borla
Nada de borla custa gás e petróleo
Custa o sangue de uma Província negociado no escritório
E o povo de joelhos à espera do Joel e do Onório
Velório, assistido no YouTube
Lamentado no Whatapps, condenado no Facebook
Terrorismo o carraças isto chama-se egoísmo
Quem usa latrina não incomoda que puxa o autoclismo
Puxa esse saquismo disfarçado de respeito
Quantos tiveram que morrrer para o presid?nte ser eleito?!
Maputo! Eu nasci em Cabo Delgado
Gaza! Eu nasci em Cabo Delgado
Inhambane! Eu nasci em Cabo Delgado
Sofala! Eu nasci em Cabo Delgado
Manica! Eu nasci em Cabo Delgado
Tete! Eu nasci em Cabo Delgado
Zambezia! Eu nasci em Cabo Delgado
Nampula! Eu nasci em Cabo Delgado
Niassa!
Notícias de Cabo Delgado
Agora dizem que mandaram milícias para Cabo Delgado
Rússia e América querem comer do mesmo prato
Isso não dói porque em Maputo está a conduzir um prado
Estás a apreciar o rabo da tua colega das finanças
Estás a fazer poupanças
Estás a fazer crianças
Mas a verdade é que foi lá que se ouviu o primeiro tiro
E vários que se ouviram até alguém perder um tio
Aqui em Xai-Xai na guerra da democracia
Está tudo ligado nesta guerra de mafia
Deixa o meu povo seguir, diria a mulata Noémia
Até quando vão mandar inocentes cortar lenha
Nas matas de M’kalele longe de tudo e de todos
Azagaia não felela?? Fala de tudo e de todos
Todos junto vamos gritar e sabotar vossos ouvidos (ouviram?)
Em nome dos calados que merecem ser ouvidos
Afinal os Estados Unidos andam a fazer bons filmes
Para virem nas nossas costas cometerem crimes
E não me venhas com essa de eu não ter voltado
Ia, todos de pés em nome de Cabo Delgado
Maputo! Eu nasci em Cabo Delgado
Gaza! Eu nasci em Cabo Delgado
Inhambane! Eu nasci em Cabo Delgado
Sofala! Eu nasci em Cabo Delgado
Manica! Eu nasci em Cabo Delgado
Tete! Eu nasci em Cabo Delgado
Zambezia! Eu nasci em Cabo Delgado
Nampula! Eu nasci em Cabo Delgado
Niassa!
Ai de nós!
Ai de nós, povo
Ai de nós, patrão
Ai de nós, que vedamos os olhos, a boca, os ouvidos, até o coração
Ai de nós, que fingimos que nada se passa
Enquanto o nosso consciente está bem ciente
Que na outra margem algo se passa
Ai de nós, povo
Ai de nós, patrão
Ai de nós, que exibimos outras máterias
E ignoramos essa máteria
Não nos opomos
Não prostestamos
Não choramos
Nem oramos
Contamos anos de independência
Enquanto em alguns quarteirões há uma grande dependência
Ai de nós, se calarmos
Ai de nós, que comemos guisado e assado
Enquanto alguns comem mandioca crua
Ai de nós, que dizemos cada um por si e Deus por todos
Ai de nós, povo
Ai de nós, patrão