Saltei do fundo da grota
Vadiadito e me bandiando
E montei no verso xucro
E saimo escrabuçando
Chapéu quebrado na testa
E um colorado abanando
Pra viver soltito ao vento
Apartadito do bando
Com a melena sob o vento
Me criei meio soltito
Cumendo bago de toro
Bucho, tutano e granito
Sou bugre de estampa média
Não sou feio e nem bonito
Não caso e nem me amaseio
Que é pra gauderiar solito.
Não creio em chimbo aporriado
Nem chinoca carboteira
Gosto de dançar apertado
Entreverado na poeira
E bailar com pé trocado
Eu já to levado a casqueira
De manquejar a vaneira.
Sou a estampa do Rio Grande
Missioneiro topetudo
Cresci no pampa extraviado
Bem largado e macanudo
Redomão e cabortero
Queixo duro e cruniudo
Por que cria de bagual
Já tem que nascer cuiudo.
(Ainda mais sendo criado nos campos missioneiros, não é meu amigo Jorge Bonfim?)
por nelson de campos