O tempo me fez um taura, sangue gaudério nas veias
Observador do jeito, que se deita a lua cheia
Conheço a flôr da tuna, já vi um zorro nascendo
Me aconselhando com o vento, o mundo vou conhecendo
Maricá florindo cêdo, é inverno rigoroso
Mas só carinho de china, que me faz baixar o tôzo
Matear, prá mim é sagrado, gosto dos antigamente
Sou parte da natureza, campeiro, naturalmente!
Se ando, não me apresso, envelheço igual o vinho
Se tem estrada eu sigo, se não tem, faço o caminho
Quem me preza, vira amigo, peleio pela verdade
Do meu poncho faço dois, prá quem tem necessidade
Herdei dos pais este nome, marca de gente direita
Minh`alma não tem segredo, em qualquer reza se ajeita
Carrego as lições da vida, nos pesuelos da memória
Sei que me vou algum dia, prá ser página da história
Conheço a voz de deus, pois mora dentro de mim
Gaúcho, campeiro e taura, me orgulho de ser assim!