Êta! matungo veiaco, bagual gavião por demais
De um lote de aporreados, apartou o capataz
Um mouro cabano arisco, que nem os cachorro acôa
Grita o patrão na porteira, mandei domar esta porqueira
Só prá selim da patrôa
O patrão mee disse isso, e o bicho virou tinhoso
Berrando e dando pataço, o maula escondeu o tôzo
E eu sou um prego nos arreios, porque nasci gineteando
Credo em cruz, virgem maria, parece que o bicho sumia
Chão a dentro corcoveando
Dei uma sova de laço, no tal cabano sotreta
Deixei riscado de mango, do focinho até a paleta
Cavalo que eu quebro o queixo, fica manso e de confiança
Meu patrão, lhe entrego o potro, mês que vem amanso os outros
Que é prá o serviço da estância
Minha sina é andar no mundo, dando pau em aporreado
Vivo de estância em estância, do aluguel do meu socado
Faço do basto o meu trono, no lombo da matungada
Não nasceu um redomão, que me botasse no chão
Em dia de gineteada
Bamo cavalo, bamo aporreado
Só falta meu coração, que ainda não foi domado