Para ver o mar de perto
Para sentir a brisa morna
E friccionar pele com pele
Enquanto lava o sol entorna
Que desabem as geleiras
E que de cada fenda
O amor faça uma beira
De mar
Para ansiar o após a chuva
Para abraçar fraterno colo
E ofegar dentro da luva
Conforme o salto afaga o solo
Que desabem as geleiras
E que de cada fenda
O amor faça uma beira
De mar
Andar no deserto pela noite
É amanhecer o inverno n'alma
Para quem segura neve forte
Quente mesmo é abrir a palma
Abrir a janela fria
Para esquentar sua pele nua
E se o eclipse mudar o dia
Que seja o sol aquecendo a lua
Que desabem as geleiras
E que de cada fenda
O amor faça uma beira
De mar
Que desabem as geleiras
E que de cada fenda
O amor faça uma beira
Para ver o mar
Para ver o mar