Alguém como eu quando pisa no mundo
passa o tempo todo respirando fundo
acordando com gastrite quando esqueço que o passado não existe
se a vida é um filme a minha é uma reprise
da explosão que fez nascer
esse amor por você
Alguém como você que tem cara pra me ligar fora de hora
só pra dizer que o mundo boicota a coca-cola
e ainda vem com esse tipo: não se entregue por vencido!
Eu já sei somos amigos, dá um tempo, não me acorda
Minha filha ainda tenho mais tomate na pistola
e já sei que na real, o real acaba
Nos pilares da matéria o tempo é água
que infiltra, encharca e abala
Ventos vão cruzar países, imagens vão formar línguas
a terra cicatrizará fronteiras e o petróleo um dia mingua
ninguém mais vai se lembrar da concha da Shell
e eu vou esquecer que doeu!
Até lá, vai ver meu sorriso triste na Dinamarca
Num balcão de cibercafé na Dinamarca
com as antenas asteadas, com a bandeira das Cruzadas
na onda dessas elétricas marés
Pois é, ainda vou te perdoar
vou cuspir esse caroço
defenestrar esse destroço
se a armadura foi pra guerra, o coração ainda é moço
E assim alguém como nós pode ser qualquer outro
com tanta fome de luz, apetite de avestruz
que sempre entala algo no pescoço
tropeçamos, porém tropeçar, meus amigos!
Faz parte do exercício
Sei que fui, mas, quem não é
até aí, pois é
assombroso, divino!