Já corri campos de terras afora
Montes, campinas, açudes, roçados
Já ouvi contos, lendas, histórias
Mas nada como o homem empalhado
Estava lá em meio à hortaliça
De braços abertos feito um Cristo Crucificado
Mais calado, mais sofrido, afanado
Como um amante iludido e desencantado
Pagando os castigos divinos
Da chuva, do sol, das pedras dos meninos
Quando o vento soprou na ribeira
Anunciando a nova estação
Arrancando folhas e touceiras
Derrubou o homem de palha no chão
Por esses olhos que a terra há de comer
Eu te juro pela Bíblia sagrada
Que entre as matas danou-se a correr
O homem de palha dando gargalhadas
Estava lá em meio à hortaliça
De braços abertos feito um Cristo Crucificado
Mais calado, mais sofrido, afanado
Como um amante iludido e desencantado
Pagando os castigos divinos
Da chuva, do sol, das pedras dos meninos
Quando o vento soprou na ribeira
Anunciando a nova estação
Arrancando folhas e touceiras
Libertou o homem de palha do chão