Você que anda na beira do abismo
Você que mora na boca do lobo
Vive correndo perigo
Por ser mais um Zé do Povo
Vai
Por trás dos grandes
Debaixo de açoites
Suor de dia
E delírio de noite
E a garganta se entala com um nó
Não se levanta essa fala tão só
Sem sala de janta
Um conjugado menor
Vai
Que o futuro depende da expectativa de vida
Que aguentar o teu coração
Cabeça baixa em sinal de respeito
Uma implosão desaguando no peito
Quanta exploração, tirania
Falta de decoro, covardia
Com aqueles que sempre estenderam as mãos
Mas aguenta essa barra povim
Olha o aluguel, os carnês e os guris
Todo começo também tem um fim
E um dia Jesus se anuncia
Pra acabar com essa pouca vergonha aqui