Ai dona moça do café
Vem cá, não sai, devolve aqui meu bem querer
Eu venho todo apressado e bruto
Bicar o doce amargo quente de você
Eu venho aqui te ver
Eu venho aqui provar
Teu caramelo
Teu rosto belo que não me deixa descansar
Ai dona moça do café
Um cafuné não vai negar pra quem quer ter
Tua companhia toda hora, todo instante
Não desfaça de um amante
Que marido ainda quer ser
Ai dona moça do café
Eu te ofereço um guardanapo e um buquê
E faço votos de um sincero bom começo
Pro nosso amor um adereço de prazer
Não ganho tanto assim
Mas tenho muito a dar
Pro nosso teto
Pro nosso feto que um dia a gente vai pilar
Ai dona moça do café
Desista agora dessa vida demodê
Eu quero prosa bem de perto
Sobre o terço te jurar amor eterno
Terno berço pra te entreter
É perigosa a paixão mas é gostosa, vicia a mente sã, entocha graça, escorrega pelo olhar e entorna o vão no corpo, o coração é landispersa (?) . É danada a paixão, mas é danosa, é divina, estradivária, é musical, inspira e pira em cima dos amantes. Santuária, cria sozinha esse poema assim, banal. É fascinante a paixão, enfastiosa, lunar celebração da raça, epidêmica sensação tão desditosa que assim como a canção, dá e passa
Ai dona moça do café
Venha adoçar meu dia-a-dia e vem dizer
Que casa agora, hoje, agora, agora mesmo
De avental, de touca e preto com glacê
Que pas de deux
Prometo te servir
Às vezes degustar
Mascavo errante ou com adoçante
Quentinho e forte te abraçar
Ai dona moça do café
Eu peço inevitavelmente pra você
Mais uma xícara de encontro e nostalgia
Pra brindar a toda vida que ainda junto vamos beber