Pra quem senta quieto, à mesa de um bar
Em meio a tragos de canha e fumaça
O riso e o pranto são puros contrastes
De treva e de luz, alegria e desgraça
Se a mesa de um bar é palco de amores
Cenário montado com fogo e paixão
Também é desfile de atrizes e atores
Traçando seus rumos à luz da emoção
Romances, discórdias, promessas seladas
Segredos guardados por trás dos balcões
A tudo ela assiste, servil e calada
Com brindes à vida e às ilusões
A mesa de um bar é recanto fraterno
Partilha de sonhos, e mágoas também
Achego e abrigo nas noites de inverno
Àqueles que buscam carinhos de alguém
A mesa de um bar merecia bem mais
Que estes rabiscos de rima incompleta
Mas ela compreende e perdoa os mortais
E as mãos titubeantes de um pobre poeta
Romances, discórdias, promessas seladas
Segredos guardados por trás dos balcões
A tudo ela assiste, servil e calada
Com brindes à vida e às ilusões
Composição: Nenito Sarturi / Beto Caetano