A profundeza do céu deixa a gente perplexa
Toda a altivez do oceano torna o homem pequeno
Os limites do mundo não têm mapeamento
A natureza das coisas sempre esconde um segredo
Nunca ninguém pode atar o compasso do tempo
Eu só sei o que quero quando experimento
O sabor do delírio de alcançar meu intento
Vou surfando nas vagas do meu pensamento
Até mergulho no ocaso com as botas do vento
Posso pintar de azul qualquer quadro que invento
Na existência do nada, entre luz e esquecimento
Tudo é fugacidade, e nada é tão completo
Quanto a excitação da palavra cantada
Na boca escancarada de um belo instrumento!