Alô amigos eu estou chegando
Venho recordando onde eu nasci
Venho contente cortando as estradas
E minha cascata nunca mais eu vi
Eu despedi, ainda era menino
E o meu destino procurei seguir
Hoje a saudade no peito é demais
O chão de Goiás nunca esqueci
("Ô meus amigos!
Vamos atravessar a fronteira do nosso Brasil, minha gente")
Deixei meu pai e minha mãe querida
Que na despedida choravam demais
Os meus irmãos que lá também nasceram
Hoje já cresceram, quanto tempo faz
O meu cachorro que eu ensinei
De presente eu dei para o capataz
O meu berrante, meu laço trançado
Eu deixei guardado marcando os sinais
("Ô meus amigos!
Sinais de boiadeiro, moçada! ")
E quando eu passo a mão na viola
Ela me consola e me faz chorar
Tenho saudade de todos os parentes
Que estão contentes sempre a me esperar
Eu mando carta, mando telegrama
Mas eles reclamam pra me ver voltar
Mas eles sabem que é o meu destino
E estão ouvindo eu aqui cantar
("Ô meus amigos!
Canto modas no Brasil inteiro, moçada
Além de violeiro também sou peão dos bão")
Eu canto modas no Brasil inteiro
Além de violeiro também sou peão
Amanso burro por ser boiadeiro
Em boi pantaneiro eu sei dar lição
Mas quando escuto um xote largado
Sinto apaixonado o meu coração
Eu me recordo daquelas belezas
Que a natureza tem no meu rincão