Eu só queria passar, tinha acabado de chegar
A noite tava tranquila querendo me arrastar
Por aqui, por allá, me fazendo circular
Me levando a questionar onde tudo isso vai dar
Pá pá pá pá, foi o que eu escutei
Um grito vindo de um cara que na porta eu trombei
Na hora eu me assustei, logo eu me afastei
Quase não acreditei, era ele e eu pensei
Olhei e me deparei, pirei, mas me segurei
Por um déjà vu passei
Foi quando raciocinei, o destino se faz rei
Amanhã é incerto, eu sei
O futuro é inseguro numa terra que é sem lei
É que a partida é uma chegada
Cada chegada, uma partida
Um beijo de bem vindo, um abraço de despedida
A ida e a volta, me prende, me solta
Saída e entrada, as vezes na mesma porta
Fugindo e correndo atrás
Andando sempre em busca da paz
Tudo é tão fulgaz
A morte, o trampo, a vida, ia deixar pra trás
Ele quis resolver na conversa e na humildade
Foi interrompido por um riso de um covarde
Que depois saiu na calada, sem alarde
Sabendo que a causa e o efeito iam procurar mais tarde
Sirene chega como um choro de Chopin
Esperança tardia pra quem se exclui do amanhã
Da vida de quem só queria curtir um Fofan
Sorriso aberto, gingado de um bom vivant
Mas as ricas sempre encontram um endereço
Alguém pra habitar, pra dever ou pagar o preço
Podia ser ele, você ou quem eu não conheço
A gente se arruma e volta virado ao avesso