Um dia desses percebi
Já na décima primeira lágrima a cair
Que os momentos tristes de verdade
É só você e o teu reflexo
O silêncio chega a doer os ouvidos
E a cegueira dos que te cercam se torna tão visível
Os momentos tristes de verdade
E só você e tua companhia
É melhor nem pensar no que poderia acontecer
O medo do abandono é tão real quanto a probabilidade de ele já estar em você
E ninguém nunca se sentiu suficiente em plena sanidade
O momento em que as lágrimas secam e teu rosto arde
Encara a parede, grita sem alarde
Esquece de tudo, se esgotam os sentimentos
Desce ao chão, recolhe os fragmentos
Planeja o teatro, esquece da mentira
Inventa a história, elabora a face
Se olha por outros olhos, se transforma em sátira
Nega ajuda, aceita a falácia
Só se conforma desse mesmo jeito
Deita e chora no teu próprio leito
Tal como carro sem freio
Indo em direção ao próprio devaneio