Vi cintilar teu vinho à flor da pele
e, ao te provar, mulher,
disse o aroma: toma
que o teu bem te quer
Senti teu cais, um ninho em porto alegre
Felicidade ao sul
de um corpo amante em meu rio grande
Cor do sangue em fruto nu
Mãos pelos cachos, se abre em pétalas
o broto em flor pingente nos quadris
Saliente, a língua lava os lábios
da uvardente dos barris
Pungente, a voz, me lembra Elis...
Fermenta, uvinha... ferve pimentinha...
Boca no teu buquê,
tua prenda minha desarrolha o meu prazer
Jorra, parreira... goza, sementeira
Que bom te olhar, mulher
ver que meu bem me quer