Sempre que alçou a perna
Teve campeando onde bolear
Era gente dessa gente
Que tem léguas no olhar
Numa parelha de mouros
Que cismavam em não tranquear
Só pedia poso,senhores,
E um canto pra desencilhar
No outro dia bem cedo
Trocava de mouro o destino
Chapéu tapeado,ia embora,
Ficando o rastro do peregrino
Tinha poncho pra chuva e frio
E sonhos pra toda vida
Tinha o coração aberto
E alma inquieta a buscar guarida
Um dos sonhos era ter seu rancho
Com belas flores e um jardim
Com uma linda na espera
Pra busca inquieta ter seu fim
Na ânsia louca de realizar
Os sonhos que ele almejou
O coração já vinha ao tranco
E da distância se cansou
Só achou o rumo certo
Quando partiu pra vida eterna
Deixou os mouros no campo aberto
E pra sempre boleou a perna
"Sem escrituras nem flores,
ficou uma cruz cravada.
Apenas uma simples lembrança
de quem viveu e morreu na estrada.