Pra amenizar a minha dor, um novo plano
Longe disso tudo que não faço parte
Desculpa velha pra fingir que foi engano
Essa noite fui dormir ouvindo passos no telhado
Meu corpo não segura a minha alma
Quando durmo, ela vaga procurando o silêncio
Eu penso que é viagem quando o sonho sai da fantasia
E me torno um refém do vento, me lembro
Minha voz se cala e o suor me afoga
Se for verdade, eu não volto, eu não volto
Quem é que faz essa magia dar certo?
Acreditaram nesse monstro
Uma rua, mais dois dias sem dormir
Descansando a paz
Eu não vejo a morte separar o que a vida traz
Tudo vai partir
Traz a Lua, mais um caso pra fugir
Tenho medo, mas o que você se esconde atrai
Não é seguro, não
Tudo vai partir
Cynthia, eu tava querendo ser luz do mundo
Mas disseram que eu sou escuro demais
Que de onde eu venho é seguro de menos
E quem cresce na guerra é incapaz de paz
E eu que só queria ser um candelabro
De forma alguma ser o cão que late
Mas como essas rimas valem ouro
Acabei me tornando o cão quilates
Sempre que eu colo é meio a Creche do Papai
Crianças, acabou o recreio
Filho de Ogum, cedi a batalha
E percebi que a coragem é o medo em frente o espelho
O amigo que disse que detesta crenças
Não vê valor no antigo e que o mundo é do novo
A vida é corda bamba
Ser extremista e intransigente na prática também é ser religioso
Minha geração chama família uns colega de dias
E xinga de filha da puta uns família de anos
Se a velha discordou de tu, ela não é mais sua tia
E cê quer falar de empatia, mano, tá brincando!
Eu tenho que parar com isso de zoar os seus defeitos
E se preocupar mais com os meus
Até porque o que vende num é esse cara amargo
E sim alguém que te passe mel
Eu já tentei fingir de cego, surdo e mudo
Já que me chamam macaco, mas num deu
Pelo menos não tem como falar de rap no Brasil
Sem se lembrar que um dos cinco maiores sou eu
E diz aí, qual diferença isso faz na prática
No máximo talvez alguém pratique assassinato
Pra terminar uma discussão se provando mais forte
Pra começar, uma nova fase nas grades, culpado
Oremos, pois entre Ricardos Boechat
Chuvas, ninhos do Urubu, Brumadinho cheia de lama
Eu só tiro a conclusão que o problema num é 2019
E sim a arrogância humana
Uma rua, mais dois dias sem dormir
Descansando a paz
Eu não vejo a morte separar o que a vida traz
Tudo vai partir
Traz a Lua, mais um caso pra fugir
Tenho medo, mas o que você se esconde atrai
Não é seguro, não
Tudo vai partir
Tudo vai partir
Tudo vai partir