Quem nunca boleou a perna buscando
A volta de um pingo
Não sabe do que é que eu falo das
Coisas que estou sentindo
Disparadas campo a fora
Amadrinhando um parceiro
Que se vai golpeando “os queixo”
Numa lida de campeiro
Vai sujeitando o bagual pra fazer “pingo de estouro”
Pras quermesses de domingo ou pras
“pechadas” de touros
Os anos foram passando levando
“minhas força” embora
Hoje vivo comparando aqueles tempos
E agora
Já fui forte quando moço, bom de pealo
E marcação
De confiança nas estâncias pras
Domas e castração
Fui “quera” de compromisso nunca
Liguei pro rigor
Mas fui índio “aquebrantado” nos meus
Pealos de amor!
Não é a toa parceiro que as vezes
Choro solito
Contando causos pros netos dos
Meus tempos de piazito
Uma torrente de lágrimas nos olhos
Fazem cachoeiras
Onde passam em segundos
“recuerdos” da vida inteira
Não lembro se lhes contei do meu
Primeiro cavalo
Salvei a égua do patrão ganhei ele de
Regalo
Recordo naquela feita vinha do campo
Pra o rancho
Botei “tenência” na “buia” e algazarra
Dos “caranchos”
A baia se debatia a cria “não se arrumava”
Não fosse “os conhecimentos” a égua
Não escapava...
Se conto do que vi repassando a
Minha experiência
É pra deixar de legado o “saber” de
Uma existência
Não pude deixar de herança ouro e
Prata pra descendência
Mas deixo um exemplo forte de
Hombridade e decência
Revivo contando aos outros meus
Feitos, meu proceder
Cada vez mais lhes garanto valeu a Pena viver!