Ele quebra a louça, quebra o jarro
Passa mão e tira um sarro
Ele acende o seu cigarro
E bate a cinza no chão
Ele é o rei da confusão.
Ele taca fogo e acha graça
Brinda ao mundo, ergue a taça
Depois dorme só na praça
Ele acena com a mão
É o rei da solidão
Ele é o louco do baralho
É coringa, é otário
Não é peixe de aquário
É tão livre que não cabe em si
Dói de tanto amor.
Ele segue o vento e o seu rastro
É poeira do espaço
Ele se explode fácil e vai
À caça de um coração
Que pro' rei é um brasão
Depois do ato consumado
Não se deixa ser tocado
Veste as asas, sai voado
Voa sem direção
Rumo à próxima explosão.
Ele é o louco do baralho
É coringa, é otário
Não é peixe de aquário
É tão livre que não cabe em si
Dói de tanto amor.
Ele segue só estrada afora
Segue a lua até a aurora
O dia nasce e ele chora
Tapa o rosto com mão
Deixa o sol pra quem quer chão
Pra quem é multidão
Com ele não
Ele é rei
Ele é louco
Ele é rei
Com ele não
Ele é leão.