Levanta o teu rosto exausto
Já farto, esquecido
De tanto que foi roubado
Tentado, ferido
Verbo que não usou
No poema
Tanto quis e sonhou
Faz as malas
Vem descalça, vem
Sei de um lugar só meu e teu
O teu brilho não se esconde
Segue sempre para onde vais
Vem comigo e faz a ponte
Que a eles nunca fomos iguais
Diz adeus a essa sombra, agora é a nossa vez
Enxuga essa cara cansada
Não temas, que o medo
É só uma vontade apagada
Que dorme, em segredo
Bomba que não armou
O poema
Só quer o que sonhou
"mas já basta, hoje acaba
Faz as malas, põe os sapatos
Vem descalça, beija a sombra"
Diz-lhe deus
O teu brilho não se esconde
Segue sempre para onde vais
Vem comigo e faz a ponte
Que a eles nunca fomos iguais
Diz adeus a essa sombra, agora é a nossa vez
E se só a morte descansa
Então descansa só no fim
Diz que sim a esta dança
E eu danço só para ti
Dá-me a mão e larga a sombra, agora é a nossa vez
Agora é a nossa vez
Dá-me a mão e larga a sombra, agora é a nossa vez
Agora é a nossa vez