Certo, errado? Não! Quem vai julgar?/ O importante é parar e pensar/ Formar opinião é indispensável/ Será a solução ou frio assassinato?/ A cada minuto um ser humano morre no mundo/ Causa descuido na hora de um amor profundo/ Se esquecendo de tudo e indo a fundo/ Nos desejos carnais tendo problemas futuros/ Opiniões com versões contraditórias/ Grandes decisões transformadas em desastrosas/ Não refletem, não pensam só agem seja bem vindo/ Agora te apresento ao mundo do doutor destino/ Jovem, negra, pobre e grávida/ Favela, miséria, sozinha, abandonada/ E na cabeça tenta achar solução/ No escuro do quarto a difícil decisão/ Que oprime, machuca envergonha massacra/ Seqüela na cabeça, no corpo e na alma/ Decisões acontecem todos os dias/ De norte a sul ou na entranha da periferia/ E a menina faz o jogo que é preciso/ Neste momento mais um é impossível/ Na flor da idade o pesadelo psicológico/ Se errar a família assina o óbito/ É mulher preta, é mulher pobre, quem paga por isso?/ A medicina sem nenhum compromisso/ Adolescência sacrificada quem paga por isso?/ Agora te apresento ao mundo do Doutor Destino/ A favela pede ajuda e o governo omisso!/ Maria e Mariana freqüentavam os mesmos lugares/ Mesmas escolas, academias, os mesmos bares/ Muita coisa em comum principalmente a gravidez/ Que acontece coincidentemente no mesmo mês/ Fisicamente aparentemente iguais/ Mas diferentes no que diz respeito as classes sociais/ Os pais de Mariana abraçaram a questão/ Já os de Maria cumpade, não!/ Religião, dificuldade financeira/ Método aplicado de forma caseira/ Infecção hospitalar, talvez processar/ Mas que dilema me auto-criminalizar/ Lembra de Mariana?/ Optou por métodos confiáveis/ E de Maria?/ Seqüelas irreparáveis?/ Porque roubou? Porque matou? / Não! Sabe qual é?/ Porque era preta, pobre, porque era mulher/ É mulher preta, é mulher pobre, quem paga por isso?/ A medicina sem nenhum compromisso/ Adolescência sacrificada quem paga por isso?/ Agora te apresento ao mundo do Doutor Destino/ A favela pede ajuda e o governo omisso!/ Sem pensar direito no que pode acontecer/ Se envolve com alguém que não te fez por merecer/ Menina de fralda com bebê na barriga/ Segura a bomba sozinha e acaba perdida/ Prevenção e informação torna a palavra chave/ Aos desfavorecidos da sociedade/ É triste admitir pode olhar tá aí/ Neste momento a insegurança, tem que ter um fim/ A omissão do governo/ A porra do desejo/ A desinformação/ A porra do medo/ Torna a mulher cada vez mais vulnerável/ A injustição social prevalece nesse caso/ Quando se encontra sozinha e abandonada/ O que fazer com a gravidez indesejada?/ O pai covarde lava a mão tipo Pilatos/ Não difere da decisão do namorado./ É mulher preta, é mulher pobre, quem paga por isso?/ A medicina sem nenhum compromisso/ Adolescência sacrificada quem paga por isso?/ Agora te apresento ao mundo do Doutor Destino/ A favela pede ajuda e o governo omisso!