O véu luminoso do Sol na bruma
Cobre a serra molhada
Por um buraco na névoa
Vara a espada de luz
Libertando a terra ao tocá-la
A chuva parou
O dia renasce para o passeio
Para o amor, para o trabalho
A princípio o cheiro é a primeira coisa a lembrar
O chão enxugando, aquecendo
As poças diminuindo
O povo, os animais, o vai-e-vem
É dia de colher, é dia de pescar
Preparar o peixe
Cheiro de limão me encanta
Como se sente o fruto do limoeiro?
A virgindade verde se abre em gotas
Para encenar o sabor
No teatro da boca
Onde o áspero se fere
Ao ranger dos dentes
E o sangue é água, muita água, uma nascente
E o sangue é água, muita água, uma nascente
Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você
Fazer o mesmo Show
Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém
Nem me conformar com pouco
Eu quero a paz de viver solto
Vai dizer que sou outro... Sou não!
Eu me cansei de ser seu avião
Não vou voar, não dessa vez!
Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você
Fazer o mesmo show
Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém
Seu mundo pra mim é tolo
Eu quero a paz de viver solto
Vai dizer que sou outro, sou não!
Eu me cansei de ser seu avião
Não vou voar, não dessa vez!
Valei-me, Deus, é o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei, que amei
Que amei, que amei
Será talvez que minha ilusão foi dar meu coração
Com toda força pra essa moça me fazer feliz?
E o destino não quis me ver como raiz
De uma Flor de Lis
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira
Poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu
E o meu jardim da vida ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu