Ó seu doutor eu venho lá dos cafundós
Peguei carona em cima de um caminhão
Minha caneta era o cabo da inchada
E só no lombo a minha alfabetização
Meus documentos são minhas mãos calejadas
O meu destino eu entrego em suas mãos
Não aprendi a ler
Não tenho profissão
Mais faço qualquer coisa só não quero ser ladrão
Na minha terra se tivesse irrigação
O nordestino deixaria de sofrer
Todos cansados de viver fuçando o chão
O que se colhe não da nem para comer
Eis o motivo de vir pra cidade grande
Com a família tentando sobreviver
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Enviado por:
Luiza - Rio de Janeiro