O tal de bicho bão
Arrastapé
(damásio, duêmio e evan souza)
Hoje eu quero beber todas e não quero nem saber
Se alguém me encher o saco, vou botar prá derreter
Mergulho a cara na pinga e afogo a minha mágoa
Do jeito que vai, vai pregar fogo na caixa dágua
Eu vou fazer um estrago, já perdí as estribeiras
Pego a onça no tapa, busco água na peneira
Mato mosquito á bala, pernilongo, á ponta-pé
Do jeito que eu tô zuado, topo tudo que vier.
Hoje, eu tô xonado e meio, e tô virado num treco
A morena que eu quero, hoje, eu ganho no xaveco
Sou cowboy apaixonado, hoje, eu caio na gandáia
E só volto pro barraco, junto com um rabo- de ?sáia,
Balancei o pé de jaca e a fruta caiu no chão
A morena do rodeio despertou minha paixão
Eu vou derrubar a folha do pé de manjericão
E fazer chá prá mutchacha que ganhar meu coração.
Jacaré nada de costa no rio que tem peranha
Sou que nem macaco velho, também tenho as minhas
manhas
Laço a pulga quando pula e amarro no mourão
Monto em touro valente e derrubo, sem por as mãos
O sol descamba mais cedo e a lua também foge
Se não eu pego carona no cavalo de são jorge
Quando fico desse jeito, só tem uma solução:
Só o remédio que me acalma, é o tal de bicho bão.
Vicente lopes farnézio (duêmio)