O dia: era de acerto
A data: da conclusão
De botar bala no peito
Não medir quem é direito
Nem lembrar quem tem defeito
Só vazar o coração
Os canos matraqueavam
De zunir em queimação
Tinha bala com endereço
Outras sem qualquer pretexto
Se tornavam adereço
Em toda povoação
Arrê, terra em transe! Arrê, é o guerrear!
No chão o sangue coalha
Medo e ódio se espalham
Foi a última batalha no sertão
sem dimensão
Se pensar, perde a coragem
Se rezar, perde atenção
É o mundo dos avessos
A vingança não tem preço
Nem requer lembrar de apreço
No tecer da situação
O destino estava feito
A vingança um conceito
O demônio e o redemunho
Na rua facas em punho
Quem quis ser, foi testemunho
O fim foi desolação
Arrê, terra em transe! Arrê, é o guerrear!
No chão o sangue coalha
Medo e ódio se espalham
Foi a última batalha no sertão
sem dimensão
E a tarde trouxe mágoa
E a noite solidão
O estranho se fez claro
Na nudez revelação
A paixão tão rechaçada
Se manteve resguardada
No final da contação
Arrê, terra em transe! Arrê, é o guerrear!
No chão o sangue coalha
Medo e ódio se espalham
Foi a última batalha no sertão
sem dimensão