Dracena
Nos trilhos da Paulista
Quentes trilhos arraiar
Tais fagulhas infinitas
Ai de mim, de te deixar
Era tarde, sol desmaia
Olho, um só a marejar
Na janela, um atalaia
Linha férrea alumiar
A poeira afogueada
Encardida, alma castra
Terra e lágrima colada
Outro tiro, outra culatra
Tarde triste acobreada
Medo de enlouquecer
Minha sina em ti pregada
Ai de mim te esquecer
Rasga mundo, disparada
Cafezais da grande casa
Acre, dura férrea estrada
Diesel bruto cheira magoa
Ai de mim, por te deixar
Na colina foi que vi
Meu passado transpassar
Meu futuro colidir
Ai de mim, por te deixar
Na colina foi que vi
Os amigos acenando
Um adeus, volta aqui
Tudo ali, tudo tão rápido
A fundir...
Meu presente é passado
Pra guardar eu me perdi
E Dracena...
Tua resina está em mim
Tua seiva em minhas veias
Verde, ouro, meu confim
E Dracena...
Sou teu eu e estou aqui
O teu caule é querência
Para sempre sou de ti
E Dracena...
Tua resina está em mim
Tua seiva em minhas veias
Verde, ouro, meu confim
E Dracena...
Sou teu eu e estou aqui
O teu caule é querência
Para sempre sou de ti
O teu caule é querência
Para sempre sou de ti...