Tinha ainda meus quinze anos...
foi a primeira vez que a vi!
Não era seu rosto angelical que me atraía.
Tinha um magnetismo que me ligava a ela
como um ímã ao prego.
Quando a conheci minhas mãos tremiam
e senti um frio na espinha.
Ela me perguntou se não estava passando
bem, eu respondi que não.
Disse estar sofrendo de um mal
desconhecido até então.
Ela, inocentemente, perguntou que mal
poderia ser este?
Olhei para os olhos daquela menina
e pela primeira vez na vida disse:
creio ser mal de amor, meu coração
não está acostumado a ele,
razão pela qual me encontro assim
meio desajustado.
Ela ainda naturalmente me perguntou
que coração podia causar um
mal de tamanha natureza?
Com um nó na garganta respondi:
você! e vi aquele rosto branco corar
e os olhos daquela menina me fixaram
de uma forma tal que jamais esquecerei.
Era o primeiro amor que chegava,
assim meio tímido, inocente,
mas avassalador.
Ela ainda não desfeita do susto me disse:
eu não sei o que dizer.
Eu lhe disse: não diga nada.
Peguei sua mão
e saímos caminhando sem destino,
sem pressa.
Se pudesse parar o tempo,
eu o pararia naquele momento sublime.
Não sei se foi a pureza da idade,
se a beleza daquele rosto ou mesmo
o espetáculo do momento.
Mas algo que jamais acontecera,
que eu não sei o que foi,
aconteceu naquele instante.
Hoje muito tempo se passou,
mas ainda procuro minha menina...
Aquela que me deixou doente de paixão,
sentindo calafrios,
sentindo que o mundo era só nosso,
que nada mais importava,
a não ser o amor...