Contam os antigos que um dia
Foi a missão entregue a Obatalá
Criar o mundo, ver surgir o ayê
Pra Olodumarê os sonhos moldar
E desce do Orun, o velho orixá
Mais vai adormecer à sombra de uma palmeira
No desejo da magia segue Exú ao pai maior
A luz de Oduduà, fé no encantamento
Poesia a derramar o firmamento
Sete dias pro ayê nascer
O florir da natureza, ganha vida o mar
Voam pássaros no céu desenhando o infinito
Paraíso singular
Num triste despertar, se arriscar em um novo plano
De areia às nuvens de algodão
Forjar, nesse chão, o ser humano
Ê nanã é a mãe a modelar
Ouve o pranto desaguar, feito choro de menino
Ê nanã vê o sopro divino
E o pai abençoar três raças e um destino
Orunmilá leva o axé a todo Erê Babá
Conduz a consciência pra iluminar
Um mundo sem maldade e preconceito
Se não puder ser amor, que seja ao menos respeito
Ebomi ya bate forte no tambor
Vó Cici é de Oxalá traz o opaxorô
Ebomi ya é a fonte do saber
Canta forte Grajaú, faz tremer o seu ilê