Pecado é a sua hipocrisia
Que em nome de Deus, me silencia
Se o ódio condena quem sou
Punhal do pudor sangra a poesia
Veja, a maldade dessa gente
Perseguindo o diferente
Desde os tempos de Cabral
Eu respeito a sua crença
Mas não chame de doença
Sentimento natural
Não há mal que seja eterno
Que vá pro inferno a sua moral
Abri minhas asas, mostrei meu valor
Erguendo a bandeira do amor
A paz ganha voz, orgulho às ruas
Depois do arco-íris, o brilho da Lua
A luz da ancestralidade é a coragem
Que ensina a viver minha verdade
Quero um colo pra me acolher
Num banho de axé, o meu caminho benzer
Resisto, para existir
Eu sou a arte que inspira a vida
Pra ver essa avenida colorida
Respeite o que é de direito
Saia da frente com seu preconceito
Na liberdade de um novo amanhecer
Pra sempre florescer
Brilha minha Estrela, faz valer a pena
Nasci pra vencer cada alma pequena
Vai à luta, Grajaú! Manifesto, pé na porta
Toda forma de amar importa