Ô boi da cara preta
Deixa a menina sambar
Entre ou loucos e os caretas
Sem se diferenciar
Lisa como chão de piscina
Não vá levar ela embora, embora
Não pareça boa menina
Usa outros meios pra chorar, mas chora
Armada com uma lança em cada olhar
Seu cabelo se prendeu no meu colar
Se aproxima em um sussurro pra dizer
Coração que não sente o olho, não pode ver
Diz que um anjo roubou seu coração
E se esconde no bosque da solidão
Se essa rua fosse dela, ela mandava ladrilhar
Só pra ver todo o seu amor passar
Observava tudo à volta, mas não
Pra achar resposta, só pra admirar
Veja quanto tempo ela passou de costas
Esperando que o de frente fosse se virar
Olhos arregalados de criança
Que entram na dança pra poder lembrar
Que a última que morre é a esperança
Rastreada no brilho de um olhar
Acostumada ao movimento
Como água é o seu sentir
Vive um vazio por dentro
Se sua emoção não mais fluir
Entra na roda de cantiga pra cantar
Quem canta espanta seus males pra outro lugar
Ela só quer a nostalgia da inocência
Cuida e vigia do mais cru da inconsciência
Olhos arregalados de criança
Que entram na dança pra poder lembrar
Que a última que morre é a esperança
Rastreada no brilho de um olhar