O mar, não tem marés a medir.
O mar
que tudo junta tudo separando
que todos vai trazendo e vai levando
com vários planos.
O mar
sustenta a infindável aventura
das ilhas que nele andam à procura
dos seus oceanos.
O mar, não tem marés a medir.
O mar começa o seu dia em Santa Maria da Boa Viagem.
Alarga para São Miguel ajeita o farnel e segue com a aragem.
Arrima para a Terceira arranja maneira de molhar o bico.
Na Graciosa dá beijos acalma os desejos e ala! Para o Pico.
Aí conversa primeiro com um baleeiro do Dias de Melo.
Engrossa-se a meio canal sorri para o Faial que dá gosto vê-lo.
São Jorge pára nas Velas e faz um coral com nove cagarras.
Nas Flores cumprimenta o povo encosta-se ao Corvo
e estende as amarras.
O mar, não tem marés a medir.
O mar
enorme qualidade de estar perto
imensa negação do que é deserto
neste cantar.
O mar
o sem razão mais forte deste mundo
talvez por não pensar e ser profundo
o nosso mar
O mar, não tem marés a medir.