Cercaram-me de ébrios
E me queriam sóbrio
Cercaram-me de pobres
E me queriam nobre
Cercaram-me de breu
E me queriam branco
E o que dizer dos sonhos
E o que pensar dos homens
Que me queriam homem
Mas que roubaram os sonhos?
Onde eu buscava obras
Deixaram-me em escombros
Porque esperava ombros
Negaram-me os braços
Quando almejava sombra
Deram-me o sol em brasa
E o que dizer ao filhos
Que me cobraram as sobras?
E o que dizer aos filhos
Se me sobraram as cobras?