Fazer pátria sobre os bastos,
É ser pilchado pelo interior
Refugar as desditas da urbe
E vícios desprovidos de valor,
Dos relinchos fazer um verso
Da saudade um sonho em flor
Da guitarra fazer um flete
Pra rondar um parador.
Fazer pátria sobre os bastos
É ter certeza num pealo
Juntar na roseta da espora
Pasto e pelo de cavalo
Ter um horizonte bem largo
E alma doce para mirá-lo
É a essência gaúcha
O mais nobre dos regalos.
Faço pátria sobre os bastos
Navegando sobre os pelegos
Tironeando firme a própria alma
Dando boca e rédea aos meus apegos
Me basta um sonido de barbela
Pra quebrar o meu sossego
E as orelhas apontando um rumo
Que ao natural, eu sempre chego.