A deusa da minha rua,
Tem os olhos azuis onde a lua,
Costuma se embriagar,
Nos seus olhos eu suponho,
Que o sol num dourado sonho,
Vem a claridade buscar.
I
Minha rua é sem graça,
Mas quando por ela passa,
Seu vulto que me seduz,
A ruazinha modesta,
É uma paisagem de festa,
É uma cascata de luz !
II
Na rua uma poça d'água,
Espelho da minha mágoa,
Transporta o céu para o chão,
Tal qual o chão da minha vida,
A minha-alma comovida,
O meu pobre coração.
III
Espelhos da minha mágoa,
Meus olhos são poças d'água,
Sonhando com o seu olhar...
Ela é tão rica,
E eu tão pobre,
Eu sou o plebeu,
E ela é a nobre,
Não vale a pena sonhar...
Bisa a 3a.