Quantas mãezinhas por esse mundão afora
Devem estar dizendo agora
Pra seu filho que ela ama
Filho querido, lembra o que seu pai dizia
Não sigas más companhias
Para não cair na lama
Mão calejada é o seu maior documento
O concreto de cimento
Pro alicerce do seu nome
Só vence aquele que andar sempre direito
Pra poder bater no peito e dizer
"eu sou um homem"
É uma pena que os pais não são ouvidos
E os filhos vivem em função da própria sorte
Nosso destino tem dois rumos diferentes
Que nos conduzem para a vida ou para a morte
Lembre, filhinho, que é preciso ser decente
Pra mirar-se do presente no espelho do futuro
A vida é um barco onde o remo da hombridade
Nos conduz com serenidade
Para um porto mais seguro
Malandro é aquele que vive com honestidade
E o malandro de verdade
Não passa de um marginal
É um morto-vivo, que após tanto ter andado
Sobre a areia do passado
Não deixou nenhum sinal