- Eu gosto de falar, sabe?
E aí vai uma história da minha infância para vocês:
Do lado da ponta verde
Sonhos e a mão da adolescência
Guiava a temerária ilusão
Do astronauta,
Da estrela, de Natália,
Do avião
Quando não se tinha muito
Além da vontade,
Da bicicleta,
Da patota, do dinheiro do pão.
E o conselho dos maiores que dizia:
- Não deixe as árvores te enganarem, é tudo um reino só!
Fugíamos,
Brincávamos
E o crescer perigoso e velado
Sondava nossas mentes
Por uma brecha
Pra se instalar
Na feira
Na escola
Na rua
Na prova e na repetição
De uma verdade domingueira:
- O sol era somente a ponta do baseado de um deus, e a gente só queria dar uma volta.
Por isso,
Minhas últimas palavras são: até logo!
Aproveite a vida
Pois ela passa rápido
E em breve
Você não terá muito tempo para se arrepender.
Trabalhe, cresça
Não desapareça
E lembre-se:
Muito de uma depressão
Começa no seu quarto,
E não desrespeite a mamãe,
Ela te ama desde que você nasceu.
E é isso, sabe?
É isso.
Eu gosto de falar.
Tchau!