Nos meus olhos
As pupilas dilatadas
Aonde antes nem meus pés chegavam ao chão.
O ambiente força a criatura
E o atavismo
Supre um não.
Neste perfeito e irretocável corpo
Que o tempo esculpe
Entre o vivo e o morto
Somos todos já
Desde nascença
Apenas carbono e memórias.
Onde passar o resto dos dias,
Como salvar a humanidade,
Se só enxergamos entre o claro e a escuridão?
Por que existe tanta disputa,
Pra quem deixamos inventário,
Se nada disso constará na evolução?
No meu sangue
Teu sorriso me protege
De toda cópia ou falsificação.
Mas meus genes, minha andadura
E os meus costumes
Se perderão.
Neste perfeito e irretocável corpo
Que o tempo esculpe
Entre o vivo e o morto
Somos todos já
Desde nascença
Apenas carbono e memórias.