Não cospe
esse chão é minha casa, é onde eu durmo
Deixa o papelão da minha cama
O que você dispensa eu acendo e fumo
Não bate
essa caixa guarda é toda a minha vida
Desse pouco sei que sou o dono
O que você estraga, eu cato e como
Quem é você?
Pra chegar com todo esse perfume
comprado num posto de gasolina
quem se acende a noite é vagalume
Quem é você?
Pra tratar meu corpo feito tralha
Não ralha comigo sem motivo
sua mão me afaga igual navalha
Me respeita
tem noite em que se deita mas não dorme
Se o seu mundo é dentro dos conforme
o meu se desenvolve a revelia
Nem me despeita
Se eu fosse um bacharel alguém diria
que a sua crueldade me absorve
jogado aqui nessa calçada fria