Eu sou o que mataram
e não morreu
o que dança sobre os cactos
e a pedra bruta
eu sou a luta
o que há sido entregue aos urubus
e de blues
em
blues
endominga as quartas-feiras
eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
eu sou ferro, eu sou a forra
e fogo milenar desta caldeira
elevo meu imenso pau de ébano
obelisco as estrelas
eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
leito de terra negra
sob a água branca
seu a lança
a arca do destino sobre os búzios
e de blues a urublues
ouça a moenda
dos novos senhores de escravos
com suas fezes de ouro
com seus corações de escarro
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)
eu sou a luz em seu rito de sombras
esse intocável brilho