Espero sempre, de repente, uma vida mais decente
Dignidade, a verdade, reluzindo em minha frente
Como uma pedra, que não quebra, um futuro que se espera
Um dilema, um sistema, uma chama que não queima
E um presidente, sorridente, alienando a nossa mente
Acuado, estagnado, como um cão abandonado
Me sinto preso, não ileso à mordida da serpente
Tento correr pra todo lado, mas acabo derrubado
Mais um sinal, mais um degrau, um obstáculo afinal
Com força, forte o peito bate esperando a salvação
Luto aflito, e o luto ao meu lado parece ser o final
Mas me levanto, sigo em frente e não desisto, não
Deixa o sol brilhar, invadir o nosso lar
Deixa o sol brilhar, nossa vida iluminar
Iluminando a estrada de espinhos
Mostrando a quebra da corrente dessa dor
Ávido por um novo e belo horizonte
A paz que trava a batalha e sobe aos montes
Solto e preso ao mesmo tempo agora
Me mostra a liberdade e me ignora
E quando espero uma resposta, espero em vão
Mas cobram o meu voto em dia de eleição
Não seja o cidadão que essa máquina quer
Que sempre quer ter mais, mas nunca busca sua fé
Saiba da sua missão, proclame a união
Dos povos brancos, negros, índios, uma só nação