Ao pontear essa guitarra
sovo tentos de milongas
encontro notas nas cordas
no alambrado do violão
sigo sovando meus versos
pra cantar nas noites longas
que cercam almas campeiras
na invernada da canção
Ao pontear essa guitarra
que tenho presa nos braços
lembro do lombo do flete
aonde sento meus bastos
te canto velha milonga
expressando sentimentos
trançando laços bem fortes
com esses sovados tentos
Eu te ponteio milonga
sovando essas cordas cruas
assim me faço cantor
cantando claves de luas
sem deixar de trançar tentos
sou cantor, sou guitarreiro
vou domando sentimentos
pois sou gaúcho e campeiro
Ao dedilhar essas cordas
revivo tombo de um pealo
a polvadeira que ergue
ao resbalar de um cavalo
ao dedilhar essas cordas
com sentimento e estilo
vejo o brilho dos teus olhos
na melodia dos grilos
Que se encontras tocante
como um clarão de dois gumes
na luz fugaz e brilhante
do passear dos vagalumes
que vou junto a cadência
no pontear desse alambrado
enquanto sovo outras novas
nos roncos do mate amargo
Eu te ponteio milonga
sovando essas cordas cruas
assim me faço cantor
cantando claves de luas
sem deixar de trançar tentos
sou cantor, sou guitarreiro
vou domando sentimentos
pois sou gaúcho e campeiro